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Anuário do Agro Capixaba

Café capixaba conquista o topo do mercado nacional

por Flávio Cirilo

em 23/05/2025 às 4h58

5 min de leitura

Café capixaba conquista o topo do mercado nacional

Foto: Wenderson Araujo / Sistema CNA – Senar

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O melhor café do Brasil é do Espírito Santo e vem do Sul do Estado, conforme aponta o Coffee of the Year (COY) 2024, um dos mais respeitados concursos de avaliação de qualidade do café no país.

A premiação ocorreu durante a Semana Internacional do Café (SIC), em novembro, em Belo Horizonte. No total, os produtores capixabas conquistaram três premiações na categoria Canéfora, uma delas o primeiro lugar, que ficou com o cafeicultor do município de Jerônimo Monteiro, Antônio Landi.

A cidade de Muqui ficou com a segunda e a quinta posição, conquistadas em família pelos produtores Neuza Maria de Souza e Luiz Claudio de Souza, respectivamente.

Quebra de paradigma

As amostras de café desses cafeicultores foram as mais bem avaliadas entre as sete amostras finalistas de cooperativas capixabas, o que coloca em destaque a Cooperativa dos Cafeicultores do Sul do Estado do Espírito Santo (Cafesul), a qual os premiados fazem parte.

“Isso é muito importante para a cafeicultura capixaba porque mostra que o trabalho que é feito aqui no Espírito Santo é um trabalho de excelência com relação ao café conilon. E a gente, com isso, vem quebrando esses paradigmas de que com conilon você não conseguia fazer café de qualidade”, afirma o presidente da cooperativa Renato Theodoro.

Graças ao trabalho estratégico, atualmente não há mais uma resistência tão grande com relação ao consumo desse tipo de café, inclusive já há marcas de produtos 100% conilon.

“Isso é resultado de um trabalho de muitos anos que a Cafesul vem realizando, desde 2010. Portanto, 14 anos”, explica o presidente da Cafesul, que ressalta ainda que, tão importante quanto ganhar, é manter o café capixaba, todos os anos, entre as 30 melhores amostras do Brasil.

“Tem em torno de dez, um pouco mais, um pouco menos, amostras de produtores da Cafesul participando. Isso mostra que o nosso trabalho tem uma consistência em qualidade, independente de ganhar ou não títulos”, diz Theodoro.

Voos mais altos

Além de consolidar o trabalho desenvolvido pela cooperativa, as premiações também trouxeram novas perspectivas para os stakeholders do mercado, que já fazem novas projeções.

“O café conilon capixaba já é referência nacional e queremos que ele também seja reconhecido cada vez mais no mundo todo. De acordo com o Incaper, produzimos quatro dos cinco melhores cafés conilon do Brasil. Quando se fala em produção, 20% do volume mundial de café robusta é do nosso Estado. A expectativa é de que os nossos cafés alcancem voos cada vez mais altos, em especial, aqueles cafés produzidos pelos cooperados de nossas cooperativas”, projeta o analista de Desenvolvimento Cooperativista do Sistema OCB/ES, Vinícius Schiavo.

Dados da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) do Espírito Santo, apontam que o Estado é o maior produtor de café conilon do Brasil.

Em 2023, o Espírito Santo produziu 10,2 milhões de sacas de 60 quilos, em uma área de 261,9 mil hectares, o que representa uma produtividade média de 38,8 sacas por hectare.

Com cerca de 85% das exportações nacionais, o Estado também se destaca como maior exportador desse tipo de café. Somente no primeiro trimestre de 2024, segundo a Seag, o Espírito Santo exportou 1,7 milhão de sacas de café conilon e mais 129 mil sacas em café solúvel.

Desafios

Apesar das conquistas, as cooperativas capixabas ainda enfrentam alguns desafios para conquistar mais espaço no comércio exterior, como, por exemplo, a volatilidade do mercado internacional.

“Para minimizar esse problema, o Sistema OCB/ES incentiva as cooperativas a investirem na diversificação da sua produção. A maioria das nossas cooperativas exportadoras têm certa expertise no mercado externo para o produto com o qual trabalham, mas avaliamos que elas não devem ficar à mercê de apenas um produto”, destaca Schiavo.

Nesse contexto, o processo de diversificação apresenta-se como uma ferramenta estratégica, uma vez que traz segurança e faz com que a cooperativa se desenvolva ainda mais no mercado interno e externo.

Cafeicultura sustentável

A sustentabilidade e a inovação no setor cafeeiro também são apontadas como iniciativas importantes para o fortalecimento da cafeicultura perante os players do mercado nacional e internacional.

Por isso, a Cafesul, que possui certificação fair trade, segue à risca todos os protocolos necessários para assegurar aos consumidores que os produtos adquiridos respeitam normas sociais, econômicas e ambientais especiais.

“A sustentabilidade é um trabalho constante, que a gente vem fazendo ao longo desses anos com eles, de orientação e de procurar a cada dia mais um produto com menos uso de agrotóxicos. Hoje nós temos uma fábrica para fornecer bioinsumos. Eles vão migrando de produtos químicos para produtos biológicos. Então, a gente está buscando coisas novas para que eles produzam o seu café cada vez mais de uma maneira sustentável”, destaca o presidente da Cafesul.

Conforme explica o diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira, além das cadeiras que possui no Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo, recentemente o Sistema OCB/ES também intermediou e liderou um processo junto ao Conselho Nacional do Café (CNC), visando implementar o Programa Nacional Café Produtor de Água no Estado.

Idealizado pelo CNC, o programa reflete as tendências globais para uma cafeicultura sustentável, promovendo o equilíbrio entre a produção e a conservação ambiental.

“Esse é apenas um exemplo entre muitos. Afinal, estamos trabalhando com muitos parceiros e em diversas ações, sempre com o propósito de fortalecer as cooperativas capixabas e a cafeicultura capixaba, unindo inovação, tradição e sustentabilidade”, explica ao diretor-executivo do Sistema OCB/ES, Carlos André Santos de Oliveira.

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