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Anuário do Agro Capixaba

O (outro) ouro verde que impulsiona o Espírito Santo

por Fernanda Zandonadi

em 14/05/2025 às 5h01

5 min de leitura

O (outro) ouro verde que impulsiona o Espírito Santo

Foto: Wenderson Araujo / Sistema CNA-Senar

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O Espírito Santo continua trabalhando seu potencial para ser um dos grandes produtores de abacate do Brasil. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área destinada ao cultivo da fruta no Estado apresentou um crescimento significativo em 2023, alcançando 1.137 hectares, um aumento de 18,56% em relação ao ano anterior.

Essa expansão da área cultivada refletiu diretamente na produção total de abacate, que saltou de 24.991 toneladas em 2022 para 29.556 toneladas em 2023, representando um incremento de 18,26%. O rendimento médio por hectare, no entanto, manteve-se praticamente estável, indicando que as técnicas de cultivo e as condições climáticas foram favoráveis à produção.

Entre os municípios capixabas, Venda Nova do Imigrante se destacou como o maior produtor da fruta, contribuindo com 13.710 toneladas para o total estadual. Em seguida, aparecem Vargem Alta e Marechal Floriano, ambos com uma produção de 3.600 toneladas cada.

Segundo o presidente da Associação Abacates do Brasil (AAB), Adilson Luis Penariol, atualmente o Estado está ao lado do Ceará na produção. “Cresceu muito nos últimos anos e o Espírito Santo tem um diferencial: a variação de altitude. Como o abacate é produzido entre os 500 até 1.200 metros, isso gera competitividade, pois permite a produção em janelas diferentes do ano”, salienta.

Outra característica importante, salientou Penariol, é que no Estado a produção sai de pequenas propriedades que adotam o cultivo em consórcio com outras plantações, o que gera um ganho econômico e social imenso para os capixabas. “Há, ainda, a localização geográfica privilegiada, com a possibilidade de enviar os produtos para o Nordeste e todo Sudeste, além de exportar por via marítima”, enfatiza.

Mercado

A exportação do abacate capixaba esbarra na variedade que costumeiramente é produzida por aqui. Enquanto o mercado externo prefere o chamado avocado, ou hass, os produtores capixabas ainda têm nas variedades chamadas tropicais seu maior trunfo. Com tempo de prateleira – ou vida útil – menor, esses frutos nem sempre aguentam cruzar o Atlântico até chegar aos seus consumidores.

Na prática, segundo Penariol, a diversificação da produção, com foco em variedades de maior valor agregado, e a abertura de novos mercados são essenciais para que o Espírito Santo e o Brasil se tornem grandes players globais.

Mas, apesar do crescimento do setor, a cultura do abacate ainda enfrenta alguns desafios, como a ocorrência de eventos climáticos extremos, como secas e altas temperaturas, que podem afetar a produção. Além disso, é necessário investimento em pesquisa e desenvolvimento a fim de ampliar a comercialização dos produtos derivados.

“Ainda há o descarte de frutas com danos na casca ou pequenas. No entanto, há dois mercados que já estão absorvendo esse perfil de abacate: o de azeite e o de cosméticos. Um terceiro que só cresce é de pasta congelada. Quando esses mercados secundários ficam aquecidos, melhora a remuneração ao produtor”, ressalta.

O preço do abacate tem atraído cada vez mais produtores interessados em incrementar suas terras – e sua renda – com o fruto. Segundo o pesquisador do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Maurício Fornazier, mesmo com a queda dos preços em alguns períodos, a possibilidade de alcançar valores acima de R$ 8,50 por quilo, como observado em alguns períodos de 2024, demonstra o potencial de lucro da cultura. A seca em 2024, embora tenha antecipado a colheita, beneficiou os produtores que conseguiram segurar seus frutos, garantindo preços mais altos.

Fornazier destaca que o abacate ainda é visto como uma cultura complementar, capaz de gerar renda adicional para os produtores.  No entanto, para alcançar alta produtividade e qualidade dos frutos, é necessário investir em técnicas de cultivo adequadas, como adubação equilibrada, controle de pragas e doenças e irrigação.

“A irrigação reduz o efeito da seca. A estiagem de 2024, por exemplo, antecipou a colheita. Se as áreas fossem irrigadas, a colheita seria em um período normal e o produtor teria pego um preço bem melhor no mercado. Do ponto de vista técnico, a falta de água faz com que a planta entenda que há algum perigo e, para perpetuar a espécie, ela ‘joga o fruto fora’ para virar semente. Então, a irrigação evitaria isso”, explicou.

Fornazier explicou, ainda, que outro grande desafio enfrentado pelos produtores é a falta de mão de obra. A falta de profissionais qualificados e a dificuldade em encontrar trabalhadores para a colheita podem limitar o crescimento da produção. Para contornar essa situação, é preciso investir em tecnologias que facilitem o trabalho no campo, como a mecanização e a automação.

“Recomendamos planejar. Se minha propriedade tem café para março, não posso ter abacate que chegue junto com ele, pois pode não dar tempo de colher os dois. Além disso, posso fazer micro terraços para que o produtor utilize equipamentos no meio da propriedade, como micro tratores. Daí é possível levar adubo, pulverizar e colher de forma mais fácil”, explica.

Ele salienta também que fazer uma plantação mais adensada e apostar na poda pode ser um bom caminho. “Ninguém mais pode pensar em subir num pé de abacate para retirar o fruto. É perigoso. Então, é mais do que necessário rebaixar as plantas para ter mais facilidade de tratos culturais e colheita. Um produtor que não pensar nisso tudo vai ter menos condições de produzir de abacate com qualidade”, explica o pesquisador.

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