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Pesquisa

Sem desperdício: “xepa” do gengibre vira bioinseticida no ES

Resultados dos testes com bioinseticidas e fungicidas feitos a partir do óleo são bastante promissores.

por Rosimeri Ronquetti

em 30/05/2025 às 5h00

5 min de leitura

Sem desperdício: “xepa” do gengibre vira bioinseticida no ES

Foto: arquivo

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Aproximadamente 20% de todo o gengibre produzido no Espírito Santo é desperdiçado por falta de perfil para exportação, ou mesmo no momento do preparo do produto para venda. Mas essa realidade pode estar com os dias contados: toda sobra da especiaria poderá ser transformada em óleo essencial.

Em 2023, com o início do programa de Fortalecimento da Agricultura Capixaba (FortAC), desenvolvido pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes), uma das demandas dos produtores de gengibre era justamente essa: dar uma destinação adequada ao que não serve para comercialização.

O professor de química do Ifes, Campus Alegre, Luciano Menini, responsável pelo projeto, desenvolveu óleo essencial a partir da especiaria. Segundo ele, o produto pode ser utilizado na produção de cosméticos, alimentos e na agricultura. Entre todas as possibilidades, o professor decidiu usar o óleo no controle de pragas e doenças agrícolas de frutas como banana e mamão.

O projeto ainda está em fase final, mas os resultados dos testes com bioinseticidas e fungicidas feitos a partir do óleo são bastante promissores. As avaliações estão sendo realizadas no combate à antraquinose — uma doença fúngica que causa lesões escuras na banana e no mamão, geralmente após a colheita, com o objetivo de prolongar a vida útil das frutas.

No mamão, os testes em laboratório apresentaram bons resultados. Agora, vamos testar no campo. Na banana, já realizamos testes em laboratório e em campo, e os resultados foram excelentes: as frutas resistiram até 10 dias a mais na prateleira. Além de evitar contaminações aos produtores e ao meio ambiente, a fruta fica muito mais saudável por ser um produto natural”, destaca Menini.

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O bioinseticida também está sendo avaliado na redução da população do ácaro rajado, responsável pela perda de lavouras de morango. Segundo o professor de entomologia do Ifes, Vitor Pirovani, os resultados até agora são muito bons.

Professor Luciano Menini, responsável pelo projeto. Foto: arquivo pessoal

“Já temos o resultado de toxicidade para o ácaro, com a concentração letal adequada. Ainda faremos testes de persistência na planta e de seletividade aos predadores, mas, até aqui, os resultados são muito promissores”, afirma Pirovani.

O projeto é desenvolvido em parceria com a Cooperativa dos Produtores de Gengibre da Região Serrana do Espírito Santo (CoopGinger), que forneceu o gengibre para a produção do óleo. Participam da pesquisa alunos de doutorado e mestrado do Ifes Campus Alegre e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A patente do produto está pronta para ser depositada junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), e a previsão é concluir os estudos até julho deste ano.

Cooperativa planeja implantar destilaria

A produtora e uma das fundadoras da CoopGinger, Eliana Lange Rocha, foi quem teve a ideia de usar as sobras da cultura para fazer o óleo essencial. Parceira de longa data do Ifes, Eliana já conhecia o professor Luciano Menini e sempre se preocupou com o desperdício.

Cada pedacinho tem seu custo, e o custo de produção está cada vez mais alto. Se conseguirmos aproveitar cada pedaço, será uma alternativa a mais de renda, o que beneficiará a qualidade de vida do produtor, além de preservar os recursos naturais”, explica Eliana.

Ela também destaca que o gengibre precisa de uma rotação de pelo menos cinco anos para retornar à mesma área, o que gera um impacto grande para os pequenos produtores, que muitas vezes não dispõem de grandes propriedades e acabam não respeitando esse período.

Às vezes, o gengibre de uma safra inteira não atende ao padrão de exportação, justamente por causa da queda de produtividade ou de doenças causadas pelo retorno às áreas antes do tempo adequado. Com o uso do óleo, esse gengibre poderá ser aproveitado”, ressalta.

Cerca de 20% da produção de gengibre não é comercializada

Os bons resultados das pesquisas com o óleo de gengibre estão servindo de estímulo para a CoopGinger. A direção da cooperativa pretende implementar uma pequena destilaria para processar os rizomas que não atendem ao padrão de comercialização, assim gerando uma fonte de renda para os cooperados.

Ainda estamos em fase de aquisição dos equipamentos para iniciar os testes e aprimorar a metodologia de extração do óleo essencial. Com esse trabalho, vamos reduzir os problemas de descarte e agregar valor aos produtos, tornando-os uma fonte de renda para os produtores e incentivando novas pesquisas a partir dos óleos extraídos”, destaca Rafael Luiz Costa, diretor secretário da cooperativa.

A cooperativa está em busca de recursos para adquirir os equipamentos, e a previsão é iniciar as instalações ainda este ano, além de providenciar o registro e a regularização da destilaria. Também serão realizados trabalhos em parceria com o Ifes para melhorar a adaptação e a metodologia de extração do óleo.

A CoopGinger surgiu da união de produtores da agricultura familiar, envolvendo agricultores de Santa Leopoldina, Santa Maria de Jetibá e Domingos Martins.

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